“Em algumas atividades nós ganhamos o dinheiro que nos permite pagar as contas; noutras, nós encontramos o que mantém nossa sanidade. Às vezes, com muita sorte, conseguimos os dois num lugar só” – Padre Fábio de Melo
Volta e meia alguém me pergunta sobre como achar o seu propósito de vida. Esta é uma pergunta muito difícil para eu responder porque não tenho certeza se encontrei o meu. Em uma das vezes que estava refletindo sobre a questão, li a história de um colega sobre como a sua mãe estava com um começo de depressão em casa por causa da quarentena e, incentivada por ele, resolveu usar sua habilidade de costura para fazer máscaras e distribuir para a comunidade que mora. Ela mudou completamente de energia quando começou a fazer esse trabalho, se sentindo agora útil ao contribuir com algo importante e ajudar as pessoas ao seu redor.
Fiquei pensando: será que o nosso propósito é uma missão especial gigante que o universo vai jogar no nosso colo, ou a soma de pequenas coisas que fazemos e eleva o nosso espírito?
Quando pensamos em ter uma carreira feliz, quase sempre fazemos uma associação automática com o tal do propósito. Eu já recebi gente angustiada, sem fazer o que fazer, mostrando como o outro (“o inferno são os outros”, já dizia Sartre) têm e eles não e em uma busca quase louca para acharem seus propósitos, como se fosse o único caminho para encontrar algum tipo de satisfação profissional.
📒 esse texto é um trecho do livro ‘Seja Egoísta com sua Carreira’.
Eu vou além e afirmo que não somos apenas eu e você que não encontramos, a maioria esmagadora das pessoas nunca encontrou o seu. Com certeza há por aí mais uma Madre Tereza, um Buddha e alguns outros iluminados que acharam e tenho comigo que chegar lá é um evento raro de vida. Entretanto, isso nunca impediu que eu tivesse uma boa carreira, uma boa vida, ajudasse as pessoas e construísse um caminho em que posso olhar pra trás e ter orgulho. Caminho que no alto da minha maturidade profissional ainda me colocou em uma missão que continua a dar energia, me fazer acordar pela manhã e correr para ver o que os meus leitores escreveram, quais novas sessões de mentorias marcadas, a próxima palestra, os assuntos que quero matutar e como eu posso ter ainda mais impacto positivo na vida das pessoas.
Quanto mais eu penso nesse assunto, mais a mesma ideia me volta à mente: será que nosso propósito não seria ter uma vida que nos orgulhamos e uma carreira que nos faz sair da cama com energia e disposição? Será que o segredo disso tudo está, pelo menos para a maioria dos não Buddhas como eu e você, na jornada? Há uma passagem do livro Alice no País das Maravilhas que eu acho fantástica e que você já deve ter visto por aí em formato de meme umas mil vezes, mas vou colocar aqui assim mesmo:
Alice perguntou: Gato Cheshire… pode me dizer qual o caminho que eu devo tomar?
Isso depende muito do lugar para onde você quer ir – disse o Gato.
Eu não sei para onde ir! – disse Alice.
Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve.
Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve. Isso é tão brilhante! Eu vou usar novamente uma licença poética para dizer que não qualquer caminho, mas o caminho que queremos fazer, o caminho que a nossa bússola interna diz pra ir, o caminho onde a luz do sol bate mais forte e a gente pensa: “é pra lá que eu vou agora mesmo”, mesmo sem saber o destino.
Eu não sei se você vai encontrar o seu propósito lá, mas, se tiver sorte como eu, vai se divertir muito na jornada. Aproveite o caminho.
📒 esse texto é um trecho do livro ‘Seja Egoísta com sua Carreira’, confira o livro na íntegra aqui!
Abraço,
Luciano Santos